segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Alvorecer de mais um Setênio

Esse Blog existe há um tempo, e quase nunca posto, tantas coisas aconteceram , boas e más, e poucas delas registrei aqui. Muitas vezes quis escrever cheguei a abrir e não consegui, muita informação a querer compartilhar e nenhuma linha a se seguir, minha mente estava bagunçada, assim como minha vida, meus desejos e aspirações. Criei este Blog assim que engravidei do meu segundo filho, na idéia de compartilhar esse processo e tal, como quase todos os meus projetos na vida até então, falhou, e esporadicamente postei algo desde que o criei.
Tenho estado num processo de transformação, que iniciou há 2 anos. Precisei extrair da escuridão o caminho que me pudesse levar à Luz. Tanto desejo de segurar as rédeas da minha vida, mas nenhuma ação me levaram à inércia total. De que adianta acreditar, querer e não agir? Por que culpava os outros pela minha infelicidade e simultaneamente colocava nas mãos de outros a responsabilidade por me fazer feliz?
Quando o cinza se transformou em preto e a escuridão era total, que tentava acordar, mas não conseguia, tentava me levantar mas era muito peso, já se manifestava na minha saúde tal situação. Esse peso, a consequência de delegar à outros minha vida. Ainda sonolenta, não me achava, não sabia quem mais eu era, não me reconhecia, havia me transformado em ninguém, ou em mais um, que me deixava levar. O mais grave disso tudo é que eu já tinha tanto conhecimento teórico,das grandes questões da humanidade, da sociedade, da vida, havia estudado tudo quanto é religião, teoria, ciência, filosofia...mas era um conhecimento espectador, na prática era nulo. Buscava no exterior respostas para questões interiores...como fui tola!
Com toda minha força há 2 anos gritei para dentro de mim: -NÃO QUERO MAIS VIVER ASSIM!
E, como toda revolução, houve guerra, batalhas, dor, fome, traição, medo e provas. Tenho passado por um verdadeiro Walkabout. Nessa guerra estava: "O Eu que fizeram" versus "O Eu que eu Sou". Sendo que "O Eu que fizeram", nasceu com minha permissão, ou omissão, pois só fazem conosco o que permitimos e a omissão também é uma permissão.
Ultimamente vinha me percebendo no término de um ciclo antigo e no alvorecer de um novo ciclo. Tenho estado mais segura decidir meus caminhos, sei em que acredito, sei do que gosto ou não gosto, aceito minha realidade com clareza, e estou buscando forças para ir além. Devido ao retorno a mim, voltei a muitas coisas que já havia estudado e curiosamente as coisas tem se encaixado. Enxergo tudo com mais clareza!
Conversando online com uma amiga esses dias, cheguei à uma conclusão:" Nosso crescimento se dá, quando buscamos o autoconhecimento e é como na Alegoria da Caverna de Platão, só que de fora pra dentro, estamos dentro da caverna e o exterior da caverna, onde está a luz é no nosso interior". E hoje, li uma mensagem que recebi de uma outra amiga há dois meses, não sei porque não havia lido antes, mas como os acontecimentos na minha vida tem sido cheios de significado acho que o momento era esse e não há dois meses, esse trecho me identifico muito, posso fazer dessas palavras minhas:
"É bom quando a gente encontra "águias" em nossas vidas e se cerca delas. Encontrei algumas que, mais do que me estimularem a olhar para o alto, me ajudaram a olhar prá dentro. Acho que o vôo mais alto que dei em minha vida foi começar a olhar prá dentro. "Consultei minhas entranhas". Mapeei minha geografia. Cheia de medo mas sem concessões. Assustada, vi minha cara mais feia. Reconheci pedaços de gente aqui dentro. Pedaços de puro sol. Pedaços de lodo, com data de validade vencida. E pedaços perdidos de tempo. Pedaços ainda vibrantes de energia. E pedaços sem sentido. E enfim comecei a descobrir, "minha cara mais minha".Não acho que possa prognosticar meu futuro. Mas plantei sementes e me sinto grávida de vida, cheia de raízes e vasos comunicantes que dão sentido e intensidade aos meus desejos.
E com isso eu foi concluindo que realmente a gente precisa das duas dimensões. De um tanto de águia, de olhar além, no horizonte, entre ousadias e sonhos que nos movem. E outro tanto de raízes, no círculo da convivência, entre referências que nos guiam e ajudam a dar sentido aos sonhos. No diálogo entre estes dois lados talvez esteja a chave da libertação. "

Esse ano terminou um setênio, que se iniciou quando concebi minha filha e me casei, e agora inicia meu novo setênio,não sou mais aquela, mudei muito e para melhor!