sexta-feira, 6 de julho de 2018

Apaixonada?

Estou apaixonada, milhares de questões para resolver e me questiono, com tanta coisa que passei, achei que estava escaldada, imune, nem queria estar apaixonada, por que?
Ex marido não sai da nossa casa, tenho que comprar sungas pros filhos, melhorar alimentação, fazer tratamento médico, ver a roupa de ballet das filhas, mandar consertar meu notebook, conversar com a terapeuta do adolescente, resolver minha vida profissional, estudar com as crianças, ver minhas amigas, ir ao fórum, visitar minha família, tirar habilitação, ir à feira, voltar a estudar... e estou apaixonada.
Em meio há tantas questões, a ultima coisa que precisava agora era estar apaixonada!  Veio, como uma ressaca no meu já turbulento mar. Borboletas no estômago misto com coração apertado de culpa.
E meus filhos, filhos...nossa, eu que mal tenho tempo de lavar a cabeça vislumbrando vivenciar uma paixão?
Onde isto se encaixa na minha vida? Tem espaço? Como faz? Onde enfiar as crianças? Era pra estar me preocupando com grana e não fazendo verdadeiras equações tentando chegar num denominador comum para fazer amor.
Tanta prioridade... e eu aqui feito boba, apaixonada...
"Ah deve ser fogo, tanto tempo que não gozo", instalei aplicativos de relacionamento, procurei meus P.A.s, centenas de matchs com caras belíssimos e interessantes até...sequer me empolguei. A esta altura, trinta e tantos anos, diagnóstico: Paixão.
Pareço um furacão, tanto afeto guardado há sete chaves num coração que eu achava ter se tornado pedra.
Tive a audácia de declarar a mim mesma e em público: Não, não quero saber dessas coisas, não quero me apaixonar, estou focada em grana e em criar meus filhos. Caí do cavalo, cuspi pra cima e caiu no meio da testa.
Eu só quero sair um pouco dessa minha vida ordinária, gozar e ser paparicada de modo inteligente, e  um pouco de afeto é lucro.
A leveza que nunca existiu em anos de "casada", quero namorar, não em status de relacionamento, não em compromisso necessariamente, mereço vivenciar experiências gostosas no campo afetivo.
Tenho medo, muitos medos, traumas e sofrendo, nem sei direito o por que, acho que por ter essa vida tão sobrecarregada, não haver espaço, um impedimento invísivel que  parece não permitir, eu uma multípara, vivenciar um amor romantico.

sexta-feira, 15 de junho de 2018

Sonho

Entre  pernas
O cetim do pijama
Morno úmido
Sonhei com você
Seus dedos-vulcão
Tocavam minha pele
Cintura
Seios
Coxas
Sexo
Erupção.
Seus braços, estou entre eles
Ávido, forte másculo
És um verdadeiro touro
No cio
Me pega no colo
Doce e forte
Minhas pernas circundam seu quadril
Sussurra:-tenho fome
Sirvo-me
Lentamente
Sussurros,movimento
Palavras, suor
Prosa, pele
Nos saciamos
Despertei.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Nada dá certo? Como temos alimentado nosso EU?


Algumas vezes na nossa vida, parece que tudo dá dando errado, coisas quase que sobrenaturais acontecem, parece que o universo está de mal conosco.
Aí, corremos atrás de solução, buscamos, acabamos associando a fatores externos nossos problemas, culpamos a inveja da vizinha, o olho grande do colega de trabalho, ou ficamos na neurose "alguém deve ter feito algo para mim". Ou então ficamos nos sentindo pior do que o cocô do cavalo do bandido, nos culpando pelas escolhas desacertadas, tudo uma sucessão de erros, nossos e dos outros. Ah os outros, esses sim são "culpados" pelos nossos problemas e nosso sofrimento, nós até admitimos os erros, mas sempre foram culpa de algo que esperávamos que alguém fizesse por nós.

É assim que acabamos pensado a maioria do tempo, como nós, pessoas boas, honestas, trabalhadoras podemos estar tão enrolados dentro desse labirinto sem fim? Inadimissível! Ah se tivessemos feito tudo absulutamente certo, Ah se fulano, ciclano, beltrano não tivessem feito tal coisa que nos causou isso. Assim seguimos nesse ciclo, trocando culpados, trocando problemas, hora foram os pais, hora foi o patrão, hora foi o (a) ex, hora foi a bebida, hora foi a religião, hora foram os erros, e ficamos num coitadismo, aumentado a raiva, a mágoa e querendo de qualquer modo nos autosabotar, pois não somos merecedores de nada de bom, pois não foi tudo exatamente certo desde o princípio e diante disso nos obrigamos a perpetuar o sofrimento.

Em momento algum paramos para pensar qual a nossa verdadeira responsabilidade nisso tudo, não olhamos para dentro, para dentro de nós, para nosso EU, para as reais causas dessa trava na vida, podemos chamar de psiquica, energética, ou espiritual, ou simplesmente causa e efeito.
Em nossa existencia física temos 4 corpos: corpo físico, corpo emocional, corpo mental e corpo espiritual. Esses se não estiverem em sintonia, há desequilibrio. Em outro momento escrevo mais sobre isso especificamente. Então, como temos alimentado nossos corpos? Com o que? Quais emoções temos cultivado? Em que ficamos pensando, o que mentalizamos, quais projeções fazemos a nosso respeito e a respeito de quem está em nossa volta? Com que alimentamos nosso espírito? Se for com ódio, rancor, raiva, mágoa, medo, culpa, frustração, amargura, desconfiança, ressentimento, estaremos criando um monstro dentro de nós, e quanto mais desses sentimentos cultivarmos, mais podres iremos ficar, estaremos cada vez mais no escuro, e por mais que sejamos pessoas boas, trabalhadoras, esforçadas, a escuridão e o peso será tanto que não conseguiremos nos mover, nos autosabotaremos, nos colocando em situações de cheque e perpetuaremos o ciclo de raiva, mágoa, rancor e afins, aumentando o monstro, deixando-o mais forte e poderoso e nos vamos ficado cada vez mais fracos e sem saída. Tudo estará perto, mas ao mesmo o peso não os permitirá chegar perto daquilo que almejamos e precisamos.


A chave para sair desse ciclo é o Perdão, e deixar sair de verdade todos os sentimentos ruins de dentro de nós, e mesmo quando esses sentimentos vierem, que consigamos estar tão preenchidos com amor, compaixão, empatia, compreenssão, confiança, paz, para que não permitamos esses sentimentos ruins adentrarem e fazerem morada em nosso eu. Vamos trabalhando aos poucos nossos, traumas, medos, ressentimentos antigos, vamos de encontro com nossas sombras para doutrina-las, começaremos a usar toda nossa experiencia, tudo, seja positivo ou negativo, feliz ou triste, como aprendizado, com resignação, os perdoando e perdoando a quem possa ter causado algo. Vamos deixando o passado para trás, e viver o presente, e nada de ficarmos cutucando feridas e cicatrizes, nossas ou alheias, vamos buscar a paz, o amor , o perdão, assim monstro nenhum sobreviverá, nessa atmosfera de paz. De um tempo para cá teho praticado assim e tenho alcançado resultados incríveis, mesmo minha vida material e saúde não estando ainda do jeito que almejo, estou bem, estou em Paz, consigo encarar meus medos e traumas, meu passado, minhas feridas, minha realidade sem sofrimento, sem desespero, em Paz.
 Nenhum esforço vale de nada, se o que estiver por dentro não for sincero, verdadeiro e limpído. Como já dizia Renato Russo " Quando se aprende a amar, o mundo passa a ser seu".
Vamos nos alimentar de  Paz, Amor,  Perdão, compreenssão, caridade, paciência,


e alimentar nossa Luz interior para ser o farol dos nossos dias!






segunda-feira, 30 de julho de 2012

Relato do Parto da Maria Elisa

Enfim, depois de mais de 7 anos consegui escrever o relato do parto da Elisa, tentei apenas relatar, sem colocar muito as impressões sentimentais, pois minha visão mudou muito desde então. Com toda essa movimentação pela Humanização do parto, ao qual estou envolvida no ativismo, consegui colocar para fora o que vinha tentando há pelo menos 5 anos e nunca conseguia, eu travava, mas  dessa vez fluiu sozinho.

Relato do Parto da Maria Elisa

Na madrugada de 16 de maio de 2005, terça-feira, com exatas 40 semanas da minha 1ª e tão desejada gestação, fomos a pé para a minha ultima consulta pré natal, no Centro de Saúde da mulher, da criança e do adolescente Olga Benário, saimos ainda estava escuro, pois as consultas eram a partir de 6h30, e aida era necessário pegar os números para atendimento. Eu me sentia muito bem e disposta e apenas leves fisgadinhas, desde domingo, que havia amanhecido inchada e meu corpo me dizia que a grande hora estava chegando.
Chegando lá, todo aquele procedimento, fila, número, eu adorava meu obstetra, Dr, Plácido, era quase um obstetra de familia, havia atendido minha mãe e irmã mais velha em seus pré-natais, e também porque ele era o único a chegar na hora. 
Eu como sempre fui a 1a a ser atendida,  às 6h30 em ponto, Ele era atencioso. Fez o exame de toque, e eu estava com 3 de dilatação, ele me tranquilizou, me orientou a ir para a casa, arrumar minha bolsa e quando tivesse contrações de meia em meia hora me encaminhasse à maternidade.
Saí de lá vibrando, só pensava "é hoje que vejo o rosto da minha princesinha"! Fui para a casa dos meus pais, para não ficar sozinha em casa , pois meu marido iria trabalhar. Passei o dia muito feliz! disposta e ansiosa, a cada pequena contração que sentia vibrava, curti muito, passei o dia com meu pai, conversando. quando meu marido chegou fomos juntos para casa, além da ladeira eram 210 degraus! Cheguei em casa as contrações aumentaram um pouco, lanchamos e elas começaram de meia em meia hora, tomei banho, me arrumei, peguei a bolsa e fui para a casa da minha mãe, que foi conosco até a maternidade. fomos à pé, eu feliz e falante. Iria conhecer meu maior tesouro!

Chegando na Maternidade, fui para o leito de pré atendimento que era praticamente um corredor , fiquei morta de vergonha, pois fiquei nua, mediram minha pressão, enfermeira me deu um toque, logo depois, enfermeira obstétrica me deu outro toque e o obstetra também me deu outro toque, todos sem nem avisar, eu me senti muito, muito envergonhada com esse festival de mãos em mim, mas era normal, eu acreditava tinha que passar por aquilo. Enquanto isso meu marido levava um esporro do médico porque haviamos esquecido as ultrassons em casa e o fizeram buscar. Ele foi, minha mãe ficou me acompanhando. O GO plantonista me disse que iria me internar naquele momento, pois se voltasse mais tarde, não conseguiria vaga, entrei para uma sala de pré parto com minha mãe por volta de 22hrs, coloquei aquele pijama horroroso, com a bunda de fora, mas mantive minha camisa por baixo, pois estava muito, muito frio.

Eu sentia muita sede, ninguém, nem minha mãe me permitiram beber agua, eram as regras. Uma tecnica de enfermagem veio para me raspar, mas eu já havia me raspado em casa, aconselhada pela minha mãe, e outras mulheres, pois no hospital fariam tudo de qualquer maneira, até machucaria, então fui precavida. E os banheiros estavam muito sujos, pois o pessoal da limpeza estava em greve.

As minhas contrações aumentavam, eu queria fazer barulho, não era permitido, fui aconselhada pelas mulheres dos pré parto ao lado a ficar quieta, senão as enfermeiras, não me atenderiam, e minha mãe me falando que era frescura minha, que aquelas"dores"  não eram nada, não eram motivo para gritar. Fiquei com uma vontade imensa de defecar, minha mãe não deixou de forma alguma, com medo da bebê cair no vaso (rs). As contrações só aumentavam, eu tive que ficar deitada no leito do pré parto, meu marido enfim chegou com as ultrassons exigidas pelos médicos, minha mãe foi embora, ainda bem pude ir ao banheiro em paz, me aliviei um pouco. Continuava morrendo de sede, e vomitando, minhas contrações aumentavam, não quis saber e comecei a gritar e gemer, e clamava por agua, uma enfermeira chegou, eu reclamei de incomodo dor, sede e frio, ela disse que que daria um remédio para aliviar, me disse que era bom para eu parar de sentir as dores, aquele soro que eu nem fazia ideia que era ocitocina sintética, para induzir o trabalho de parto, ela colocou o soro em mim, a essa altura eu estava com 5 de dilatação, eu comecei a urrar de dor, me contorcer, me diziam: " Cale a boca mãezinha, se gritar seu bebê vai subir e ficar entalado". Toda hora vinha alguém me dar um toque, cada hora uma pessoa, e também romperam minha bolsa, sem minha permissão, doeu, e eu sentia mais dor, e me contorcia, absurdamente, no ultimo toque que levei eu estava com 7 de dilatação, poucos minutos depois pulou para 10, eu também fazia força, apesar daquilo tudo estava feliz e ansiosa para conhecer minha Elisa. eu chamava, chamava alguém para ajudar, dizendo que estava nascendo, ninguem foi, a cabecinha dela já saindo, vieram correndo e fui para a sala de parto.

Fui colocada naquela cama horrorosa, que não me recordo o nome e que eu mal cabia devido ao meu tamanho,  eu implorava muito para pelo menos umedecerem minha boca, pois estava morrendo de sede e com a boca seca, e respondiam"Não você não pode beber agua, faz mal, você pode engasgar e morrer"! Estavam acontecendo simultaneamente 3 partos e só havia 1 GO e uma EO, assim que me posicionei, a EO empurrou apertando a minha barriga, fiz uma força, levei um corte, ela começou a sair de verdade, saiu a cabeça, foi a maior emoçãoe minha dor havia acabado, e para desespero do médico  ela estava com circulares de cordão, quando ele viu, me fez mais um corte enorme, ela saiu toda era 3h12minutos do dia 17 de maio de 2005, linda, cabeludassa, roxa, com hematomas no rosto e nos olhinhos, imediatamente o cordão foi cortado, uma enfermeira a enrolou num cobertor e a colocou para mamar, mas eu ainda estava com a camisa por baixo, devido ao frio, levei um esporro homérico, mas ela mamou um pouquinho. A 1a vez que amamentei foi o momento que me senti Mulher de Verdade, Incrível, lindo, eu estava radiante, 1 minuto depois a deram para o pai, que estava em prantos de emoção, e a colocaram naquele bercinho, ele foi junto e abriu um pouco o cobertor para vê-la, ele foi xingado, não poderia fazer aquilo, era um absurdo, não poderia mexer no que a enfermeira fez. em seguida e levaram para esfregar, vacinar, medir, pesar aspirar e colocar aquele colirio nos olhinhos. Eu continuei ali, para expelir a placenta, a EO mexia e apertava minha barriga e a placenta, saiu, enquanto isso uma tecnica de enfermagem xingava e reclamava da quantidade de sangue que tinha, que não era obrigação dela limpar, que parecia que haviam matado um porco ali. Levei as dezenas de pontos , meu marido teve que ir embora, fui tomar banho, naquele banheiro imundo, amparada por uma tec. de enfermagem, eu estava tonta e hipoglicêmica, não aguentava ficar de pé de fraqueza, era uma das regras colocar a cinta, se não tivesse levado seria enfaixada. O bom é que até hoje sinto o cheiro daquele sabonete que levei para usar, me traz uma sensação boa, a lembrança da chegada da minha Maria Elisa.

Fui para meu leito na enfermaria, mal conseguia me mover, de tanta fraqueza, não tinha ninguém para me ajudar, a sorte é que havia uma menor lá, e a acompanhante dela me ajudou a posicionar o meu leito e a subir, eu estava desmaiando de fome e sede, uma mulher do leito ao lado, que depois virou minha amiga, a Carla, me ofereceu um pouco de suco que ela tinha e uns biscoitos folhados, na hora me senti melhor! me deitei e fiquei inquieta, as horas mais longas da minha vida, não tinha noticias da minha filha, ninguém me falava nada. Por volta de 6h a troxeram para mim, ela estava com o rosto deformado dos hematomas, chorei e orei muito, para que ela não tivesse sequela nenhuma. 

A coloquei deitada comigo, não queria desgrudar da minha bebê, e ela estava sentindo frio! A respiração dela "roncava" muito também, dei o seio para ela, deitada, mas toda hora vinha alguma enfermeira, a tirando da cama e dizendo com muita grosseria que era proibido coloca-la deitada comigo, pois era perigoso e eu poderia matá-la. ela ficou no bercinho então, e eu na cama, mal posicionada, mas de uma forma que pudesse abraça-la.

Na enfermaria haviam uns 20 leitos, como era uma enfermaria improvisada, era tipo um porão, sem ventilação. As mães e eu conversávamos muito, fiz bastante amizade, ajudavamos umas as outras, com nossos bebês e com nossos cuidados. Minha vizinha de leito, a Carla queira ficar sem sutiã para facilitar a amamentação, foi muito humilhada pelas enfermeiras, dizendo que "os peitos dela ficariam mais muxiba ainda", ficamos muito revoltadas com aquilo. Como a bebê da Carla era muito pequena, não conseguia sugar direito, aí levavam, segundo as enfermeiras " leite" serviam nos copinhos para as mães que desejassem dar, quando vimos que era formula, a Carla se revoltou e começou a ordenhar e dava do leite dela para a bebê. elisa era muito mamona, e continuava com aqueles hematomas, eu perguntava aà equipe, me ignoravam. A respiração dela " roncava " muito, chamei a pediatra, e a levaram, eu queria ir, não deixaram, para aspirar novamente.

De manhã era o horário do banho das "mãezinhas", tomei meu banho morrendo de nojo, de chinelo, naquele banheiro sujo, sendo usado por quase 20 mulheres. Logo depois era o banho dos bebês, nós tinhamos que levá-los nus na toalha até outra enfermaria, ficar na fila para que eles fossem lavados num tanque com agua fria pelas enfermeiras. Que dó era um festival de choro. Depois desse banho gelado "para acostumar" segundo a enfermagem, quando enfim a bebê estava quentinha novamente, chegou a pediatra e me fez tirar a roupa da Elisa novamente, para examinar-la.

No horário da visita foram minha avó, meu marido, minha sogra e meus pais. 

No dia 18/05, o mesmo sofrimento do banho dos RN,  do exame pediatrico e  de não poder ficar com ela na cama comigo, uma mulher encontrou uma pulga nas coisas dela na enfermaria em que estavamos, tinham muitas pulgas. 
Como minha toalha havia ficado suja de sangue no banho do dia anterior, e meu marido só levou na hora da visita, à tarde, e eu havia descoberto um banheiro bem melhor e mais limpo na enfermaria do outro lado, fui tomar o banho à tarde, deixei as outras mães de olho na bebê, faziamos assim quando cada uma queria tomar banho ou ir ao banheiro, etc. Ttomei um banho decente, pois esse banheiro pelo menos era claro e um pouco mais limpo, e espaçoso, porém a porta quebrou e fiquei trancada lá dentro por muitos minutos, gritei muito, e fiquei preocupada de ficar longe da minha bebê. Um zelador chegou, arrombou a porta, e a enfermagem, as outras mães vieram em peso, não queiram imaginar o esporro que levei por estar tomando banho na hora errada, e por não ser na minha enfermaria. quando volte ao meu leito, Elisa não estava lá, comecei a chorar, fui procurá-la, ninguem sabia me dizer nada, mas haviam a levado para examinar.

Dia 19, o mesmo procedimento horrível, a fila do banho gelado nos bebês ,o banho no banheiro imundo das "mãezinhas", não podia colocar minha filha comigo no leito. Mesmo assim eu estava feliz demais com minha flor, e para mim eram normais essas regras do hospital. Mas enfim era o dia da nossa alta! Por volta de 12h recebi a alta, às 13hrs meu marido foi me buscar. eu estava louca para chegar em casa com minha bebê.


Passamos na farmácia para comprar a lista enorme de coisas receitadas, só não comprei o remedio de cólica que haviam receitado para a bebê na alta da maternidade.
Era uma dia lindo, céu absolutamente azul, inesquecivel a chegada da Elisa em casa. Quando eu a coloquei no berço, ela dormindo profundamente, eu entrei em pânico e chorei muito, até hoje não sei por que, creio que era por que estavamos sozinhos eu o marido e ela, e bateu uma insegurança. Realmente, minha vida depois daquele momento nunca mais foi a mesma.

Nos dias seguintes, meus pontos pinicavam muito, doiam, mal conseguia amamentar sentada, eram muitos pontos os dos 2 cortes que levei! Por causa dos pontos levei mais de 1 semana para conseguir ir ao banheiro, pois doiam e sangravam muito e eu tinha medo. os pontos levaram uns 15 dias para cair.

Tive muito leite, e fui doadora, ela mamava muito e eu chegava a ordenhar 600 ml! Meus seios quase empredavam de tanto leite. a amamentação foi tranquilissima,  ela era uma bebê, muito dorminhoca, com 1 mês já dormia a noite quase toda, até hoje ela é muito dorminhoca.

 Maria Elisa teve uma inflamação nos olhos, oriunda do colírio, e os hematomas do nascimento nos olhos e no rosto levaram quase quatro meses para desaparecer, sendo que no globo ocular direito dela ainda há uma marca.

Até hoje tenho as cicatrizes das episiotomias(que na epoca eu nem conhecia esse nome), e minha filha ainda tem cicatriz no olhinho direito.

Naquela época eu imaginava que meu parto havia sido Humanizado, pelo simples fato de ter tido a companha do meu marido, propaganda  do governo estava muito forte, por que tinha acabado de entrar em vigor a lei do acompanhante. E eu estava muito satisfeita com o parto normal, eu nunca na vida havia cogitado cesareana, e para mim só existia parto no hospital daquele jeito, ou com as parteiras do meio do mato, que levavam 3 lençóis  uns matos, como os vistos nas novelas.



domingo, 22 de julho de 2012

Carta Oficial de Convocação à MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO


Carta Oficial de Convocação à MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO

Prezados(as),
Como mulher, cidadã, mãe e gestante, a favor da Humanização da assistência ao parto no Brasil, indignada com as resoluções do Cremerj publicadas no dia 17 de julho deste ano de 2012: nº 265/12, que visa punir os médicos cariocas que prestarem assistência a partos domiciliares e também os que fizerem parte de equipes de retaguarda caso a mulher que opte por um parto domiciliar e necessite de remoção a um hospital. E a resolução nº 266/12 que proíbe a participação de “doulas, obstetrizes, parteiras etc” (conforme o texto original) em partos hospitalares.
Essas resoluções supracitadas, além de ferir o nosso direito de escolha sobre quem nos acompanhará e o local de nascimento de nossos filhos e serem opostas ao que recomenda a OMS, o Ministério da Saúde e as mais atualizadas evidências científicas, estamos organizando uma manifestação em repúdio a essas resoluções, a favor da Humanização do Parto e Nascimento e pela soberania da mulher sobre seus direitos sexuais e reprodutivos.
Convido aos cidadãos e cidadãs e instituições a participarem e apoiarem a MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO.
A MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO acontecerá no dia 05/08/2012, com concentração às 14 horas na Praia de Ipanema, altura do posto 9.
As bandeiras da MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO são:
  • Que a Mulher tenha o direito de escolher como , com quem e onde deve parir;
  • Pelo cumprimento da Lei 11.108, de abril de 2005. Que a mulher tenha preservado o direito ao acompanhante que ela desejar na sala de Parto;

  • Que a mulher possa ter o direito de acompanhamento de uma Doula em seu trabalho de parto e parto;
  • Que a mulher, sendo gestante de baixo risco, tenha o direito de optar por um parto domiciliar planejado e seguro, com equipe médica em retaguarda caso necessite ou deseje assistência hospitalar durante o Trabalho de Parto;
  • Que a mulher tenha o direito de se movimentar livremente para encontrar as posições mais apropriadas e confortáveis durante seu trabalho de parto e parto;
  • Que a mulher possa ter acesso a metodos naturais de alívio de dor durante o trabalho de parto, que consistem em: massagens, banho quente, compressa, etc;
  • Contra a Violência Obstétrica e intervenções desnecessárias que consistem em: comentários agressivos, direcionamento de puxos, exames de toque, episiotomia, litotomia, etc;
  • Pela fiscalização das altas taxas de cesáreas nas maternidades brasileiras e que as ações cabíveis sejam tomadas no sentido de reduzir essas taxas;
  • Pela Humanização da Assistência aos Recém-Nascidos, contra as intervenções de rotina;
  • Que a mulher que optar pelo parto domiciliar tenha direito ao acompanhamento pediátrico caso deseje ou seja necessário.
Todas as nossas bandeiras são respaldadas por evidências científicas e recomendadas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), Federação Internacional de Ginecologia e Obstetricia (FIGO), Ministério da Saúde entre outras.
Chegou a hora de darmos um basta à mercantilização do parto e nascimento, não somos rebanho, não somos mercadoria, somos Humanos e temos o direito de receber nossos filhos cercados de amor, paz e, primordialmente, RESPEITO!
Contamos com seu apoio, divulgação e presença!
Instituições e pessoas interessadas em Apoiar a causa, por favor,comunicar ao email: 

Maria Antonieta Oliveira
MARCHA PELA HUMANIZAÇÃO DO PARTO

sábado, 7 de julho de 2012

Silencioso

O silêncio que corrói
Nunca se sabe o que sente, o que  passa
Nunca há uma reação,
O retorno das questões vem meses depois dos fatos
De forma torta, mal interpretada
Diálogo franco faz falta,
mas é sinonimo de perda de tempo
Sentimentos reais são sempre monólogos eternos
Se abrir é demonstrar fraqueza
Afeto? Não, Não existe nesse vocabulário
Fraco é quem acha que é ser fraco demonstrar sentimentos
Torna-se digno de piedade
É tolice confundir dialogo com guerra,
troca de acusações
Isso cansa,
Um dia cansa.
Nunca reconhece nada,
Agradecimento? Não fez mais que obrigação
Todos tem que compreender, entender
vestir a camisa,
Enquanto apenas concorda externamente,
mas Depois, tudo vem à tona
Como diarréia no ventilador
Se acha herói, se acha otimo de lidar
Pelo simples fato de nunca se abrir,
Nunca dizer o que quer, e sofre
Sofre calado.
Quer ser mestre de quem está à sua volta
mas os únicos ensinamentos que sabe dar é de como ser solitário.
Não valoriza quem o ama
Ou não sabe demonstrar, há dúvidas.
Com provas materiais, ou fazendo coisas visivelmente à contragosto
Acha que demonstra amor
Não sabe reconhecer o que é sentimento,
Levaram seu coração há tempos.
Dedicação também gasta
Amor acaba se não for cultivado.
E sua fonte de amor verdadeiro está agonizando
E não vê, se vê não faz nada,
Julga ser humilhante demonstrar amor.
Silencioso e solitário,
Mais um Fim.





sábado, 12 de maio de 2012


"Mãe é aquele ser estranho, louco, capaz de heroísmos, dramas e breguices com a mesma fúria; paga mico, escreve carta para Papai Noel, se faz passar por fadinha do dente, coelho da páscoa, cuca, pede autógrafo para artistas e jogadores, assiste a programas, peças, shows horríveis, revê milhares de vezes os mesmos desenhos animados, conta as mesmas histórias centenas de vezes.
Mãe faz escândalo, tira satisfação com professor, berra em público, deixa a gente sem graça, compra briga; é espaçosa, barulhenta, tendenciosa, leoa, tiete, dona da gente. 
Mãe faz promessa, hora extra, pra que a gente tenha o que é preciso e o que sonha. Mãe é um bicho doido, louco pela cria. Mãe é visceral. 
Mãe chora em apresentação de balé, em competição de natação, de corrida, quando a filha menstrua pela primeira vez, compreende quando o filho utiliza o banheiro por muito tempo (pois deve estar brincando com os dedos...).
Mãe quer saber os detalhes quando vê a filha apaixonada e o filho enamorado por uma moça esquisita...
Mãe é uma espécie estranha de humanos pois se altera entre fada e bruxa com uma naturalidade espantosa. É competente no item culpa e insuperável no item ternura, mas pode ser virulenta, tem um lado B às vezes C, D, E... Mãe é melosa, excessiva, obsessiva, repulsiva, comovente, histérica.
Mãe é contrato: irrevogável, vitalício e intransferível! 
Mãe lê pensamentos; tem sonhos estranhos e premonição: se não levar guarda-chuva, chove; se não levar agasalho, esfria. Conhece a cara de choro, de gripe, de medo; entra sem bater, liga de madrugada, pede favor chato, palpita e implica com amigos, namoradas, escolhas. Mãe dá a roupa do corpo, tempo, dinheiro, conselho, cuidado, proteção. Mãe dá um jeito, dá nó, dá bronca, dá força. Mãe cura cólica, porre, tristeza, pânico noturno, medos, ameniza notícias ruins para o marido. 
Espanta monstros, pesadelos, bactérias, mosquitos, perigos. Mãe tem intuição e é curandeira: Mãe salva!
Mãe guarda tesouros, conta histórias e tece lembranças. Mãe é arquivo! 
Mãe abriga, afaga, alisa, conhece as batidas do nosso coração, o toque de nossas mãos, as cores do nosso olhar e ouve música quando a gente ri.
Mãe é imensurável! 
Mãe é eterna, não morre jamais... Mãe é mãe, e faz cada coisa..."


texto de Hilda Lucas